quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

INDIVIDUALIDADE


A menos que você abandone a sua personalidade, você não será capaz de encontrar a sua
individualidade. A individualidade é dada pela existência; a personalidade é imposta pela sociedade. Personalidade é conveniência social.
A sociedade não pode tolerar a individualidade porque a individualidade não acompanhará o rebanho, como uma ovelha. A individualidade tem a natureza do leão: o leão move-se sozinho.
As ovelhas estão sempre em rebanho, na esperança de que estar em grupo será aconchegante. Em meio à multidão, o indivíduo sente-se mais protegido, seguro. Se alguém atacar, na multidão há todas as possibilidades de você se salvar. Mas, e estando só? -- apenas os leões andam sós.

Cada um de vocês nasceu leão, mas a sociedade está sempre condicionando, programando a mente de vocês como ovelhas. Ela lhes imprime uma personalidade, uma personalidade agradável, simpática, muito conveniente, muito obediente.
A sociedade quer escravos, não pessoas que sejam absolutamente dedicadas à liberdade. A sociedade quer escravos porque os interesses estabelecidos querem obediência.


Existe uma história Zen a respeito de um leão que foi criado por ovelhas, e pensava que era uma delas, até que um velho leão o capturou e o levou até um lago, onde lhe mostrou o seu próprio reflexo. Muitos de nós somos como esse leão -- a imagem que temos de nós mesmos não advém da nossa própria vivência direta, mas das opiniões dos outros. Uma "personalidade" imposta de fora substitui a individualidade que poderia ter se desenvolvido de dentro. Nós nos tornamos apenas mais uma ovelha no rebanho, incapazes de nos movermos livremente, e inconscientes da nossa verdadeira identidade.

É hora de dar uma olhadela no seu próprio reflexo no lago, e de tomar a iniciativa de libertar-se do que quer que lhe tenha sido imposto como condicionamento pelos outros, com o objetivo de fazer você acreditar em qualquer coisa a seu respeito. Dance, corra, mexa-se, fale uma língua inexistente -- tudo o que for necessário para acordar o leão adormecido dentro de você.


tarô zen de osho

do Kalama Sutra

Tenhais confiança não no mestre, mas no ensinamento.
Tenhais confiança não no ensinamento, mas no espírito das palavras.
Tenhais confiança não na teoria, mas na experiência.
Não creiais em algo simplesmente porque vós ouvistes.
Não creiais nas tradições simplesmente porque elas têm sido mantidas de geração para geração.
Não creiais em algo simplesmente porque foi falado e comentado por muitos.
Não creiais em algo simplesmente porque está escrito em livros sagrados; não creiais no que imaginais, pensando que um Deus vos inspirou.
Não creiais em algo meramente baseado na autoridade de seus mestres e anciãos.
Mas após contemplação e reflexão, quando vós percebeis que algo é conforme ao que é razoável e leva ao que é bom e benéfico tanto para vós quanto para os outros, então o aceiteis e façais disto a base de sua vida.
Buda

fonte http://caminhodomeio.wordpress.com/

O monge e o turista

Um turista foi na casa de um monge budista para conhecê-lo.

A casa não tinha quase nada e ele perguntou ao monge:

“Onde estão as suas coisas?”.

O monge respondeu com a mesma pergunta

“E as suas?”. O turista inconformado com a comparaçao disse:

“mas não tem nada a ver, estou aqui de passagem”

e o monge com um sorriso disse:

“Eu também”.




quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

trecho do livro Budismo com Atitude

A razão da meditação sobre a morte não é estragar a felicidade, mas encontrá-la. Os seres humanos tendem a fazer várias maldades, e as religiões do mundo assumiram a responsabilidade de reformar os humanos para melhor. Como a maior parte do nosso comportamento habitual não é boa, temos de ser persuadidos a melhorá-lo. O medo é um método muito eficaz de persuasão.As autoridades religiosas têm, tradicionalmente, tentado persuadir as pessoas a serem boas não somente pelo medo da morte, mas pelo medo do desconhecido e pelo medo do enorme desconhecido, a vida após a morte. As doutrinas religiosas sobre a morte são propositalmente assustadoras.O Buda afirmava que o propósito de seu ensinamento sobre a morte não era assustar as pessoas para elas serem boas, mas prepará-las para a morte nesta vida. Os ensinamentos não se destinavam especificamente a assustar, mas se já existe o medo da morte, melhor conhecer do que temer, comprometer-se com ela e prosseguir de modo que, quando ela realmente chegar, não haja medo.Ao estudar sobre a preciosidade e a raridade de nossa vida, reconhecemos que a vida está passando exatamente agora. Nunca mais teremos este dia. Esta enorme oportunidade passa rapidamente e, então, tudo pára completamente. Quando o seu corpo acaba, sua preciosa vida humana acaba. Considerar a preciosidade e a impermanência da vida é um incentivo.
Se existe algo digno de realizar aqui, realize-o.

B. Alan Wallace, em "Budismo com Atitude".

DEUS NO BUDISMO


Há pessoas que interpretam que no budismo não há "Deus". O assunto é polêmico dentro da própria comunidade budista. Este artigo da Wikipédia ajuda a clarear a questão. Gostei também da explicação sobre o assunto contida na introdução do livro "The Life of Milarepa", de Lobzang Jivaka: O Buda, muito longe de negar que havia um Absoluto, garantiu que aqueles que alcançassem a iluminação deveriam se fundir com Isso e assim perceber a Realidade em oposição ao mundo das ilusões e dos fenômenos. O que ele realmente disse, contudo, que tem levado pessoas a acusarem-no de ateísmo, é que não temos nenhum meio de expressar qualquer coisa sobre Isso. Palavras pertencem ao universo dos fenômenos e são aplicáveis apenas à ele. Quando alguém vai além dos fenômenos, em direção à Realidade, palavras precisam obrigatoriamente ser deixadas para trás. Nenhum ensinamento, nenhuma descrição, nenhum pensamento podem expressar o Absoluto -- mas podemos experimentá-lo, se suficientemente evoluídos.O que Buda combateu foram as numerosas tentativas que foram feitas, estão sendo feitas e continuarão a ser feitas, de dizer que o Absoluto é isso ou aquilo, um Deus pessoal, um Criador, um Deus-Pai. Ele insistentemente recusou responder qualquer pergunta sobre o assunto porque isso era inexprimível em palavras. Ele não iria permitir a seus discípulos imaginar um Absoluto a semelhança deles, como é a tendência do homem em todo lugar. Ele assinalou sutilmente que é melhor se ajustar para tentar alcançar a iluminação e, assim, experimentar o Absoluto por si próprio, em vez de perder tempo tentando ineficazmente falar sobre isso, já que nada que possa ser dito sobre Isso pode ser verdade em absoluto. Palavras iriam inevitavelmente modificá-Lo e moldá-Lo, resultando no máximo em uma aproximação grosseira. Palavras podem ser verdadeiras apenas em certo nível, mas apenas nesse nível, portanto serão apenas verdades relativas. Assim, como um entendimento que só funciona por meio de palavras pode conter o que não pode ser colocado em palavras? Apenas pela experiência direta.Se esse fato tivesse sido assimilado, às custas do orgulho humano, teria havido muito menos intolerância, violência e sofrimento cometidos em nome da religião, entre os vários adeptos de seus seus próprios credos; todos afirmando de maneira confiante e dogmática que somente eles receberam a Verdade e que todos os outros estão errados e devem ser salvos de sua ignorância voluntária....Então, se não há nenhum Deus no sentido de um Deus pessoal -- ou se for compreendido que conceitos de um Deus pessoal, um Criador ou um Deus-Pai, são apenas relativamente verdadeiros e adequados apenas a alguns estágios do desenvolvimento humano -- porque há tantas referências aos "deuses" [no budismo tibetano], sugerindo toda uma hierarquia?A palavra páli "deva" é traduzida como "deus", mas na verdade significa "espírito", um ser de um reino superior que, no budismo, pode influenciar seres humanos, ajudar e protegê-los. A Terra não é o único mundo de seres da cosmologia budista. Há incontáveis universos em diferentes planos de existência, isto é, em diferentes estágios de desenvolvimento (espiritual). Alguns são mais elevados que nós (que somos a maioria). Alguns são inferiores. Há muitas referências a seres humanos renascendo em reinos superiores ou inferiores.Mas, no budismo, não há lugar para a hierarquia massiva da religião Hindu, que acrescentou o próprio Buda a essa hierarquia (até os cristãos fizeram Dele um dos seus santos), nem para a Trindade de Criador, Preservador e Destruidor, nada exceto um Absoluto inexprimível. Em Sua direção as pessoas estão evoluindo ou involuindo, alguns se tornando espíritos de planos superiores, outros afundando em mundos inferiores. E todos pertencem ao mundo dos fenômenos, não à Realidade. Apenas o Absoluto é Real. E nem podemos realmente dizer isso sem declarar algo menor que a Verdade. Mas Ela está lá para ser realizada por alguém com o desejo e determinação como os de Milarepa....

Todo ser humano, todo ser, é um Buda em potencial. Depende de cada um realizar sua própria Natureza Búdica.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

a arte de equilibrar-se sobre um fundo vazio


trecho do livro de Sérgio Veleda


"BUDISMO, A ARTE DE EQUILIBRAR-SE SOBRE UM FUNDO VAZIO" significa a arte de soltar, desprender e largar não necessariamente o que está fora de si, mas o que está dentro. E assim experimentar a sensação de abrir-se ao espaço, à vacuidade. Saliento: sua visão espiritual não-teísta, a coragem guerreira que incentiva o destemor de ver esse mundo como um fluxo impermanente fascinante; a arte do trapézio, a de se equilibrar de forma humana e corajosa sobre o fundo vazio de todas as coisas"


"Não encontraremos no Budismo a figura de Deus. A sua origem é sapiencial. Não foi concebido por intervenção ou revelação divina. (...) O Budismo nasceu da experiência direta de um homem: Gautama Buda"


"O Budismo se origina de uma experiência individual, de um homem que acreditava apenas na própria experiência e recomendava a todos os que se aproximavam dele a não acreditar em nada sem antes provar. por isso, o Budismo é pedagógico e a conduta de Buda, o exemplo"


" (...) como afirma Buda, a quietude e o silêncio da própria mente se tornam o gozo luminoso. Esvaziada, ela pode ver as coisas como são, apreciando seu bailado como uma dança de luzes"


Diz Dogen: " se a vida vem, eis a vida. Se a morte vem, eis a morte. não há razão para que estejas sob o seu controle. Não tenhas esperanças nelas. Esta vida e esta morte são a vida do Buda. Se tentas lançá-las fora, negando-as, perdes a vida do Buda".
É como não mais se desviar de coisa algumae permanecer diante de pensamentos, sensações, eventos. Não é mais possível burlar o que vem, e o mais incrível é que não há alguém para se desviar.
...


RESENHA DE FILME



Ficha Técnica





Título Original: Un Buda


Gênero: Drama


Tempo de Duração: 115 minutos


Ano de Lançamento (Argentina): 2005


Site Oficial: www.evergreen-studio.com/un_buda


Direção: Diego Rafecas Roteiro: Diego Rafecas Produção: Ricardo Parada e Diego Rafecas





Sinopse


O Buda (Un Buda) Um bom filme argentino sobre dois meninos cujos pais eram ativistas políticos (e budistas), mortos pela ditadura militar. Quando adultos, assumem caminhos opostos: um dos garotos torna-se professor de filosofia (vivido pelo próprio diretor Rafael Rafecas) e o outro fica perdido, sem saber como viver o seu misticismo, até encontrar um templo nas montanhas. A partir daí, a sua vida modifica-se e ele encontra um canal adequado para exprimir o seu desejo do transcendental.



CRÍTICA

---> Este filme veio parar em minhas mãos depois de minhas andanças e garimpos intermináveis em diversas videolocadoras. É raro encontrar uma produção genuinamente budista, que trate do tema com sensibilidade e sem misturar o budismo com outras histórias paralelas. Este filme consegue juntar as duas coisas.
Gostaria de compartilhas com vocês sobre um trecho do filme onde onde o protagonista, o rapaz com potencial búdico, compara sua busca espiritual com as preocupações fúteis de seu irmão. ele diz mais ou menos assim: o macaco quando vê o peixe dentro da água, em sua ignorância, pensa 'que coitado, ele deve estar se afogando' - e então tira o peixe de dentor da água, achando que está fazendo uma grande ajuda. o peixe acaba ficando sem ar e morre fora da água. Assim é seu personagem: meditação constante, jejum que durava semanas, leituras incansáveis das escrituras budistas, desligamento do mundo; tudo isso debilitava seu corpo e deixava as pessoas à sua volta pensando que ele estava perdendo a sua sanidade mental. Muitos queriam 'ajudar'.
eram macacos à margem do rio tentando resgatar o peixe 'afogado'. Pessoas assim são facilmente encontrados em nosso dia-a-dia, não é mesmo? Os que não entendem, os céticos, os que zombam, os que querem a vida do aqui e agora, preocupados com dinheiro, status social, poder, os que dopam seus corpos com bebidas alcoólicas, com cigarros, drogas.
Até mesmo os fanáticos religiosos cristãos fazem este papel. Eles condenam ao 'fogo do inferno' toda filosofia que seja um pouco mais racional, livre de dogmas, que busque uma verdade diferente das suas escrituras.

um bom filme, recomendo, acrescentou muito para mim.

namastê!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

TATUAGEM DE LÓTUS


Quem sabe em 2009 não apareça uma destas em mim...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008


Se você quer milagres, não procure o Budismo. O supremo milagre para o Budismo é você lavar seu prato depois de acabar de comer.


Se você quer curar seu corpo físico, não procure o Budismo. O Budismo só cura os males de sua mente: ignorância, cólera e desejos desenfreados.



Se você quer arranjar emprego ou melhorar de situação financeira, não procure o Budismo. Você se decepcionará, pois ele lhe falará em desapego em relação aos bens materiais. Não confunda, porém, desapego com renúncia.


Se você quer poderes sobrenaturais, não procure o Budismo. Para o Budismo, o maior poder sobrenatural é o triunfo sobre o egoísmo.


Se você quer triunfar sobre seus inimigos, não procure o Budismo. Para o Budismo, o único triunfo que conta é o do homem sobre si mesmo.


Se você quer a vida eterna em um paraíso de delícias, não procure o Budismo, pois ele matará seu ego aqui e agora.


Se você quer massagear seu ego com poder, fama, elogios e outras vantagens, não procure o Budismo. A casa do Buda não é a casa de inflação dos egos.


Se você quer a proteção divina, não procure o Budismo, pois ele lhe ensinará que você só pode contar consigo mesmo.


Se você quer um caminho para Deus, não procure o Budismo. Ele o lançará no vazio. Se você quer alguém que perdoe suas faltas, deixando-o livre para errar de novo, não procure o Budismo, pois ele lhe ensinará a implacável Lei de Causa e Efeito e a necessidade de uma autocrítica consciente e profunda.



Se você quer respostas cômodas e fáceis para suas indagações existenciais, não procure o Budismo. Ele aumentará suas dúvidas.


Se você quer uma crença cega, não procure o Budismo.
Ele o ensinará a pensar com sua própria cabeça.


Se você é dos que acham que a Verdade está nas Escrituras, não procure o Budismo. Ele lhe dirá que o papel é muito útil para limpar o lixo acumulado no intelecto.


Se você quer saber a verdade sobre os discos voadores ou sobre a Atlântida, não procure o Budismo. Ele só lhe revelará a verdade sobre você mesmo.


Se você quer se comunicar com espíritos, não procure o Budismo. Ele pode ensinar você a se comunicar com seu Verdadeiro Eu.


Se você quer conhecer suas encarnações passadas não procure o Budismo. Ele só pode lhe mostrar sua miséria presente.


Se você quer conhecer o futuro, não procure o Budismo. Ele só vai lhe mandar prestar atenção a seus pés enquanto você anda.


Se você quer ouvir palavras bonitas, não procure o Budismo. Ele só tem o silêncio a lhe oferecer.


Se você quer ser sério e austero, não procure o Budismo. Ele o ensinará a brincar e a divertir-se.


Se você quer brincar e se divertir, não procure o Budismo. Ele o ensinará a ser sério e austero.


Se você quer viver, não procure o Budismo, pois ele o ensinará a morrer.


Se você quer morrer, não procure o Budismo, pois ele o ensinará a viver.



texto extraído do blog http://www.simplesmentebudismo.blogspot.com/


terça-feira, 25 de novembro de 2008


"No Sutra Pratimoksha, Buda diz que é preferível morrer a quebrar nossa disciplina moral, porque a morte destrói apenas uma única vida, ao passo que quebrar nossa disciplina moral destrói nossa oportunidade de experienciar felicidade emmuitas vidas futuras e nos condena a passar pelos sofrimentos dos reinos inferiores repetidas vezes."


"A simples contemplação do corpo de Buda ou de representações de seu corpo, fala e mente é algo muito benéfico. Numa era anterior, certa vez, um mensageiro abrigou-se num templo, no qual havia uma pintura de Buda Kashyapa na parede. Vendo a forma desse Buda, ele gerou muita fé e o forte desejo de ver um Buda em pessoa. Como resultado, mais tarde, ele renasceu como um humano chamado Shariputra, que veio a ser um dos primeiros discípulos de Buda Shakyamuni, e se libertou naquela mesma vida."


"Procrastinação é a relutância ou falta de vontade de investir esforço imediato na prática espiritual. Por exemplo, embora possamos ter algum interesse no Darma e a intenção de praticá-lo, adiamos nosso treino para um momento futuro - quando tivemos férias, quando as crianças crescerem ou quando nos aposentarmos. Essa é uma atitude peigosa, porque a oportunidade de praticar o Darma pode ser facilmente perdida. A morte pode nos atingir a qualquer momento. Portanto, devemos abandonar a procrastinação e iniciar nossa prática de Darma imediatamente. O melhor remédio contra a preguiça da procrastinação é meditar na nossa preciosa vida humana e na morte e impermanência."


textos extraídos do livro "O voto do Bodissatva" - Geshe Kelsang Gyatso

segunda-feira, 24 de novembro de 2008




OM MANI PADME HUM


("Om Mani Padme Hum", significa literalmente "Da lama nasce a flor de lótus")
A flor de lótus é o símbolo da pureza, da beleza, e o fato de ela poder brotar no meio da lama é uma nítida referência ao potencial búdico existente em cada um de nós: podemos fazer florescer um buda, um ser iluminado, mesmo no meio de um espírito impuro e cheio de ilusões.


Deus

"Gautama Buda teve de negar a existência de Deus; não que ele fosse contra Deus, pois uma pessoa como Gautama Buda não pode ser contra Deus. E, se Gautama Buda for contra Deus, então não será de utilidade para ninguém ser a favor de Deus. Sua decisão é conclusiva para toda a humanidade, ele representa nossa própria alma. Mas ele não era contra Deus, ,mas sim contra seu ego, e constantemente era cuidados para não dar a saeu ego nenhum esteio para que ele continuasse existindo. Se Deus puder se tornar um esteio, então Deus não existe."

A renúncia

"(...) Era uma noite de lua cheia e seu palácio de mármore parecia muito bonito.. sob a luz da lua cheia, era um prazer ver o palácio de mármore branco. o cocheiro (que levava Buda para longe de seu castelo, indo em busca da iluminação) disse: 'pelo menos uma vez olhe para trás, para seu belo palácio. Ninguém mais tem um palácio tão lindo'. Buda olhou para trás e disse: "Não vejo nenhum palácio ali, mas apenas um grande fogo. O palácio está em chamas, apenas chamas. Não vejo nenhum palácio ali, porque a cada momento a morte está chegando mais perto. E não vejo nenhum palácio porque mais cedo ou mais tarde todos os palácios desaparecem. Neste mundo, tudo é momentâneo, e estou em busca do eterno. Agora que percebo a fugacidade deste mundo, não posso mais me enganar"

"Buda não renunciou ao mundo ,mas renunciou às suas ilusões sobre ele. se percebe que as pedras que você carregou por todo este tempo não são diamantes verdadeiros, o que você faz com elas? Não será necessária muita coragem para abandoná-las, para jogá-las fora, elas imediatamente cairão de suas mãos. Você estava apegado à sua idéia equivocada, à sua ilusão. Você acabou com o desejo, acabou com o futuro, acabou com o poder; o dinheiro, o prestígio, pois percebeu a futilidade de tudo isso."

Fanáticos religiosos

"(a certeza dogmática) nunca será encontrada em Buda. Ele é muito hesitante. Às vezes, devido à hesitação, ele pode não impressioná-lo, porque você está confuso e precis ade alguém que seja tão confiante a ponto de você poder confiar nele. Daí os fanáticos o impressionarem tanto. Eles podem não ter nada a dizer, msa batem tanto na mesa e fazem um tamanho estardalhaço que o próprio estardalhaço lhe dá a impressão de que eles devem saber; do contrário, como poderiam estar tão seguros? As testemunhas de Jeová e pessoas assim... pessoas estúpidas, mas tão dogmáticas em suas afirmações que criam uma impressão de certeza, e pessoas confusas precisam de certeza."

"Quanto mais ignorante for uma pessoa, mais dogmática. Este é um dos maiores infortúnios do mundo: os tolos estão absolutamente certos, e os sábios são hesitantes. Buda é muito hesitante,

Deus

"Buda continua sendo completamente único, incomparável. Ele diz que Deus não é mais do que uma busca por segurança, por proteção e abrigo. Você não acredita em Deus não porque Deus exista, mas porque se sente impotente sem esta crença. Mesmo se Deus não existir, você insistirá em inventar um. A tentação vem de sua fraqueza; trata-se de uma projeção.

O ser humano se sente muito limitado, muito impotente, praticamente uma vítima das circusntâncias, sem saber de onde veio, sem saber aonde está indo e sem saber por que está aqui. se não houver um Deus, é muito difícil para uma pessoa comum percebe algum sentido na vida. a mente comum ficará fenética sem Deus, pois ele é um sustentáculo, ele o ajuda, o consola o conforta: "não se preocupe, Deus todo-podeoso sabe tudo sobre o motivo de você estar aqui. Ele é o Criador, ele sabe por que criou o mundo. Você pode não saber, mas o Pai sabe, e você pode confiar Nele" - Este é um grande consolo.

A própria idéia de Deus lhe dá um alívio: você não está sozinho, alguém está cuidando as coisas.

Buda diz que Deus não existe, e isso simplesmente mostra que o ser humano não sabe por que está aqui, simplesmente mostra que o ser humano é impotente, que o ser humano não tem nenhum significado que ele possa encontrar. Ao criar a idéia de Deus, ele pode acreditar no significado e pode vive esta vida fútil com a idéia de que alguém está tomando conta dela.

O ser humano criou Deus à sua própria imagem, ele é uma invenção humana; Deus não é uma descoberta, mas uma invenção. E Deus não é verdade, mas a maior mentira que existe.

O Budismo é a religião amadurecida, é a religião da mente madura. Ele absolutamente não é infantil e não dá suporte a nenhum desejo infantil em você. ele é muito implacável. Na verdade, (Buda) ao ser implacável está mostrando sua compaixão. Ele não permitirá que você se apegue a nenhuma mentia, pois não importa o quanto ela seja reconfortante, uma mentira é uma mentira. A verdade precisa ser trazida até você, não importa o quanto seja dura, esmagadora, chocante. mesmo que você seja aniquilado sob o impacto da verdade, ela é boa."

Labirinto da psiquê

"Por razões sociais, econômicas e políticas, você se forçou a assumir um certo caráter, mas dentro de você existem muitas forças vitais contrárias a este caráter. Elas estão continuamente sabotando seu caráter, daí a cada dia você cometer muitos enganos e erros. Buda não chama estes erros de pecados, porque chamá-los de pecado seria condenar você. Ele simplesmente chama de má conduta, enganos e erros. Errar é humano, não errar é divino, e o caminho do huamano ao divino passa pela atenção plena. Essas muitas vozes dento de você podem parar de torturá-lo, de puxá-lo, de empurrá-lo; se você ficar atento, essas muitas vozes podem desaparecer."
"uma coisa precisa ser entendida: o budismo não acredita em um Deus, mas acredita em Deuses. Eles são muito mais democráticos, em seus conceitos do que o islamismo, judaísmo ou cristianismo. Essas religiões são mais elitistas: um Deus, uma religião, uma escritura sagrada, um profeta; elas são muito monopolizadoras. Mas o budismo tem uma abordagem totalmente diferente, muito mais democrática, muito mais humana. Ela concebe milhões de deuses.

Na verdade, todo ser que existe precisa se tornar um deus um dia. quando ele se ilumina, torna-se um deus. De acordo com o budismo, não existe nenhum deus como criador, e isso traz dignidade a todos os seres. Você não é uma marionete, você tem uma individualidade, uma liberdade e uma dignidade. Ninguém pode criá-lo, ninguém pode destruí-lo. Daí surgiu um outro conceito: ninguém pode salvá-lo, exceto você mesmo. Se houver um Deus, ele pode enviar seus mensageiros, profetas e messias para salvá-lo. Mesmo libertar a si mesmo não está em suas mãos; mesmo sua libertação será um tipo de escravidão; uma outra pessoa o liberta, e uma libertação que estã nas mãos de uma outra pessoa não é de fato uma libertação.

A liberdade precisa ser conquistada, e não mendigada; a liberdade precisa ser arrebatada e não pedida em uma oração. "

Iluminação de Sidarta

"(...) O homem Sidarta se tornou Gautama Buda. E nessa iluminação, naquele momento de nirvana, ele não encontrou nenhum Deus. Toda a exisatência é divina, e não existe um criador em separado; toda a existência está repleta de luz e de consciência, daí não haver nehum Deus, mas há Divindade. (...) O ser humano se tornou (no budismo) o centro da religião, seu ser mais profundo se tornou a divindade - para o qual você não precisa ir a lugar nenhum, mas simplesmente deixar de ir para fora. Você simplesmente precisa permanecer dentro de si mesmo e lentamente se acomodar em seu centro. No dia em que você estive acomodado em seu centro, acontece a explosão."

Pensamento

"Algum dia, torturado pela realidade exterior, desesperado por ter visto tudo e não ter encontrado nada, inevitavelmente você se voltará para dentro."

Simplesmente Budismo


Se você quer milagres, não procure o Budismo. O supremo milagre para o Budismo é você lavar seu prato depois de acabar de comer.


Se você quer curar seu corpo físico, não procure o Budismo. O Budismo só cura os males de sua mente: ignorância, cólera e desejos desenfreados.


Se você quer arranjar emprego ou melhorar de situação financeira, não procure o Budismo. Você se decepcionará, pois ele lhe falará em desapego em relação aos bens materiais. Não confunda, porém, desapego com renúncia.


Se você quer poderes sobrenaturais, não procure o Budismo. Para o Budismo, o maior poder sobrenatural é o triunfo sobre o egoísmo.


Se você quer triunfar sobre seus inimigos, não procure o Budismo. Para o Budismo, o único triunfo que conta é o do homem sobre si mesmo.


Se você quer a vida eterna em um paraíso de delícias, não procure o Budismo, pois ele matará seu ego aqui e agora.


Se você quer massagear seu ego com poder, fama, elogios e outras vantagens, não procure o Budismo. A casa do Buda não é a casa de inflação dos egos.


Se você quer a proteção divina, não procure o Budismo, pois ele lhe ensinará que você só pode contar consigo mesmo.


Se você quer um caminho para Deus, não procure o Budismo. Ele o lançará no vazio.
Se você quer alguém que perdoe suas faltas, deixando-o livre para errar de novo, não procure o Budismo, pois ele lhe ensinará a implacável Lei de Causa e Efeito e a necessidade de uma autocrítica consciente e profunda.


Se você quer respostas cômodas e fáceis para suas indagações existenciais, não procure o Budismo. Ele aumentará suas dúvidas.


Se você quer uma crença cega, não procure o Budismo.

Ele o ensinará a pensar com sua própria cabeça.


Se você é dos que acham que a Verdade está nas Escrituras, não procure o Budismo. Ele lhe dirá que o papel é muito útil para limpar o lixo acumulado no intelecto.


Se você quer saber a verdade sobre os discos voadores ou sobre a Atlântida, não procure o Budismo. Ele só lhe revelará a verdade sobre você mesmo.


Se você quer se comunicar com espíritos, não procure o Budismo. Ele pode ensinar você a se comunicar com seu Verdadeiro Eu.


Se você quer conhecer suas encarnações passadas não procure o Budismo. Ele só pode lhe mostrar sua miséria presente.


Se você quer conhecer o futuro, não procure o Budismo. Ele só vai lhe mandar prestar atenção a seus pés enquanto você anda.


Se você quer ouvir palavras bonitas, não procure o Budismo. Ele só tem o silêncio a lhe oferecer.


Se você quer ser sério e austero, não procure o Budismo. Ele o ensinará a brincar e a divertir-se.


Se você quer brincar e se divertir, não procure o Budismo. Ele o ensinará a ser sério e austero.


Se você quer viver, não procure o Budismo, pois ele o ensinará a morrer.


Se você quer morrer, não procure o Budismo, pois ele o ensinará a viver.